Publicado:terça-feira, 30 de setembro de 2014
Postado por paulostudio
Oito vacinas que os adultos precisam tomar
Na hora
de cuidar da própria saúde, muitos adultos negligenciam as campanhas de
vacinação. Em todas as fases de nossa vida, porém, estamos suscetíveis a
infecções por vírus e bactérias que, se não tratadas, podem causar
muitos problemas.
As doenças crônicas que se manifestam
mais na vida adulta são fortes indicadores de que o individuo precisa se
vacinar. "As pessoas que estão em grupos de risco, como as pessoas com
mais de 60 anos ou aquelas que têm doenças crônicas, devem sempre estar
informadas sobre a vacinação", diz o infectologista Paulo Olzon, da
Unifesp.
Existem
vacinas tanto para bactérias como para vírus. "No primeiro caso, a
vacinação é feita para controlar surtos epidemiológicos e, para o caso
dos vírus, a imunização normalmente dura a vida toda, sendo necessárias
apenas algumas doses de reforço para garantir que a doença não vai mais
voltar", diz Paulo Olzon. Confira oito tipos que merecem estar na sua
carteira de vacinação.
Vacina dupla tipo adulto - para difteria e tétano.
A difteria é causada por uma bactéria,
que é contraída pelo contato com secreções de pessoas infectadas. Ela
afeta o sistema respiratório, causa febres e dores de cabeça, em casos
graves, pode evoluir para uma inflamação no coração.
A toxina da bactéria causadora do tétano
compromete os músculos e leva a espasmos involuntários. A musculatura
respiratória é uma das mais comprometidas pelo tétano. Se a doença não
for tratada precocemente, pode haver uma parada respiratória devido ao
comprometimento do diafragma, músculo responsável por boa parte da
respiração, levando a morte. Ferir o pé com prego enferrujado que está
no chão é uma das formas mais conhecidas do contágio do tétano.
A primeira parte da vacinação contra
difteria e tétano é feita em três doses, com intervalo de dois meses.
Geralmente, essas três doses são tomadas na infância. Então confira a
sua carteira de vacinação para certificar-se se a vacinação está em
ordem. Depois delas, o reforço deve ser feito a cada dez anos para que a
imunização continue eficaz. É nesse momento que os adultos cometem um
erro, deixando a vacina de lado.
Vacina Tríplice-viral - para sarampo, caxumba e rubéola
Causado por um vírus, o sarampo é
caracterizado por manchas vermelhas no corpo. A transmissão ocorre por
via respiratória. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a
mortalidade entre crianças saudáveis é mínima, ficando abaixo de 0,2%
dos casos. Nos adultos, essa doença é pouco observada, mas como a forma
de contágio é simples, os adultos devem ser imunizados para proteger as
crianças com quem convivem.
Conhecida por deixar o pescoço inchado, a
caxumba também tem transmissão por via respiratória. Mesmo que seja
mais comum em crianças, a caxumba apresenta casos mais graves em
adultos, podendo causar meningite, encefalite, surdez, inflamação nos
testículos ou dos ovários, e mais raramente no pâncreas.
Já a rubéola é caracterizada pelo
aumento dos gânglios do pescoço e por manchas avermelhadas na pele, é
mais perigosa para gestantes. O vírus pode levar à síndrome da rubéola
congênita, que prejudica a formação do bebê nos três primeiros meses de
gravidez. A síndrome causa surdez, má-formação cardíaca, catarata e
atraso no desenvolvimento.
O adulto deve tomar a tríplice-viral se
ainda não tiver recebido as duas doses recomendadas para a imunização
completa quando era criança e se tiver nascido depois de 1960. O
Ministério da Saúde considera que as pessoas que nasceram antes dessa
data já tiveram essas doenças e estão imunizados, ou já foram vacinados
anteriormente.
Mesmo que todos com essas
características devam ser vacinados, as mulheres que pretendem ter
filhos, que não foram imunizadas ou nunca tiveram rubéola devem tomar a
vacina um mês antes de engravidar, já que a rubéola é bastante perigosa
quando acomete gestantes, podendo causar deformidade no feto.
Vacina contra a hepatite B
A Hepatite B é transmitida pelo sangue, e
em geral não apresenta sintomas. Alguns pacientes se curam naturalmente
sem mesmo perceber que tem a doença. Em outros, a doença pode se tornar
crônica, levando a lesões do fígado que podem evoluir para a cirrose.
"A imunização contra essa doença é importante, pois ela pode causar
problemas sérios, como câncer no fígado", diz Paulo Olzon.
De acordo com o especialista, há algumas
décadas, o tipo B da hepatite era o mais encontrado, já que ela pode
ser transmitida através da relação sexual e as pessoas não tomavam
cuidado com a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Depois de
uma campanha de vacinação e imunização, e da classificação da hepatite C
pelos médicos, ela não pode ser vista como epidemia, mas ainda é
preciso tomar cuidado com essa doença.
Até os 24 anos, todas as pessoas podem
tomar a vacina contra hepatite B, gratuitamente, em qualquer posto de
saúde. A aplicação da vacina também continua de graça, quando o adulto
faz parte de um grupo de risco. "Pessoas que tenham contato com sangue,
como profissionais de saúde, podólogos, manicures, tatuadores e
bombeiros, ou que tenham relacionamentos íntimos com portador da doença
são as mais expostas a essa doença", diz o especialista. Fora isso,
qualquer adulto pode encontrar a vacina em clínicas particulares.
Pneumo 23 - Pneumonia.
O pneumococo, bactéria que pode causar a
pneumonia, entre outras doenças, pode atacar pessoas de todas as
idades, principalmente indivíduos com mais de 60 anos. "Pessoas com essa
idade não podem deixar de tomar a vacina pneumo 23", diz Paulo Olzon.
A pneumonia é o nome dado a inflamação
nos pulmões causada por agentes infecciosos (bactérias, vírus, fungos e
reações alérgicas). Entre os principais sintomas dessa inflamação dos
pulmões, estão febre alta, suor intenso, calafrios, falta de ar, dor no
peito e tosse com catarro. Adultos com doenças crônicas em órgãos como
pulmão e coração -alvos mais fáceis para o pneumococo, devem tomar essa
vacina sempre que há uma campanha de vacinação.
Mesmo que ela seja uma das vacinas mais
importantes para ser tomadas é a única vacina do calendário que não é
oferecida em postos de saúde. É preciso ir a um Centro de Referência
para Imunobiológicos Especiais.
Vacina contra a febre amarela.
A febre amarela é transmitida pelo mesmo
mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. A doença tem como
principais sintomas febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito,
dores no corpo, icterícia (pele e olhos amarelados) e hemorragias. "Se a
febre amarela não for tratada, pode levar a morte", explica o
especialista.
Por ser uma doença grave, e com alto
índice de mortalidade, todas as pessoas que moram em locais de risco
devem tomar a vacina a cada dez anos, durante toda a vida. Quem for para
uma dessas regiões precisa ser vacinado pelo menos dez dias antes da
viagem. No Brasil, as áreas de risco são: zonas rurais no Norte e no
Centro-Oeste do país e alguns municípios dos Estados do Maranhão, do
Piauí, da Bahia, de Minas Gerais, de São Paulo, do Paraná, de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul.
Mesmo que os efeitos colaterais mais
sérios sejam muito raros, a vacina contra febre amarela deve ficar
restrita aqueles indivíduos que moram ou irão viajar para algum lugar de
risco. "Nesse sentido, a preocupação dos médicos está relacionada ao
risco de reação alérgica grave ou anafilática, que pode levar a morte os
pacientes propensos", explica o infectologista Paulo Olzon.
Vacina contra o influenza (gripe)
A vacina contra gripe deve estar na
rotina de quem está com mais de 60 anos. "Muitas pessoas deixam de
tomá-la com medo da reação que ela pode causar, mas isso é um mito, já
que a suposta reação do corpo não tem nada a ver com a vacina, e sim com
a própria gripe", diz o especialista. "Isso porque o vírus da gripe
fica semanas em nosso corpo sem se manifestar e a proteção da vacina não
é imediata como as pessoas imaginam."
A gripe é transmitida por via
respiratória, leva a dores musculares e a febres altas. Seu ciclo
costuma ser de uma semana. Pessoas com mais de 60 anos podem tomar a
vacina nos postos de saúde, enquanto os mais jovens podem ser vacinados
em clínicas particulares. "Os idosos que não querem esperar até a
campanha anual de vacinação contra a gripe podem tomar a vacina em
clínicas particulares em todas as épocas do ano", diz Paulo Olzon.
HPV
A vacina existe tanto para homens quanto
para mulheres e previne os quatros principais tipos do Papilomavírus
Humano - o HPV. Segundo o Ministério da Saúde, 137 mil novos casos de
HPV são registrados por ano no Brasil. O vírus, transmitido durante a
relação sexual, é responsável por 90% dos casos de câncer de colo do
útero, além de provocar tumores de vulva, pênis, boca, ânus e pele.
Apesar de existir a vacina bivalente,
que protege dos tipos 16 e 18 de HPV e só é aplicada em mulheres, a
quadrivalente é a mais indicada, pois protege desses dois tipos citados
mais os tipos 6 e 11 e também serve para os homens. "A quadrivalente
deve ser tomada em três doses, sendo a segunda dose após 30 dias da
primeira e a terceira, seis meses depois da segunda", afirma o
ginecologista Amadeu Carvalho Júnior, da Amhpla Cooperativa de
Assistência Médica.
A Anvisa recomenda a vacinação em
pessoas dos nove aos 26 anos - em especial para aquelas que ainda não
iniciaram sua vida sexual, para garantir maior eficácia na proteção.
Vale lembrar, no entanto, que a vacina não dispensa o uso de
preservativos na relação. "O HPV possui mais de 100 tipos diferentes e a
vacina protege apenas de alguns deles", explica o ginecologista Amadeu.
Vacina para Herpes Zóster
Herpes zoster é uma infecção viral que
provoca vesículas na pele e geralmente é acompanhada de dor intensa. É
causado pelo vírus varicela-zoster - o mesmo agente da catapora - e
acomete pessoas que tiveram catapora em algum momento da vida e ficaram
com vírus latente (adormecido) em gânglios do corpo. Anos mais tarde,
esse vírus pode reativar na forma de herpes zóster.
Embora não seja uma condição de risco de
vida, o herpes zóster pode ser muito doloroso. Um estudo realizado no
Brasil revelou que aproximadamente 95% dos adultos já foram expostos ao
vírus do herpes zóster. Como o vírus fica latente durante muitos anos, a
doença é mais comum em idosos e pessoas acima dos 50 anos.
A vacina é administrada em esquema de
dose única, via subcutânea, preferencialmente no braço. "A vacina é
indicada para pessoas a partir de 50 anos de idade na prevenção não só
da doença, mas também da neuralgia pós-herpética", afirma Renato Kfouri,
presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). A neuralgia
pós-herpética se caracteriza por uma dor e queimação no local em que o
herpes zóster ocorreu, sendo a complicação mais comum da doença. De
acordo com Renato, a vacina também ajuda na redução da dor aguda e
crônica associada ao Zóster.
A vacina ainda não é distribuída em
postos de saúde. Se você tem mais de 50 anos e já foi exposto ao vírus
da varicela, converse com seu médico ou médica para entender a
necessidade de se vacinar para herpes zóster.
Fonte: Minha Vida