Publicado:quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Postado por paulostudio
Veja a lista com sete vacinas que os adultos precisam tomar
Na hora de cuidar da própria saúde,
muitos adultos negligenciam as campanhas de vacinação. Em todas as fases
de nossa vida, porém, estamos suscetíveis a infecções por vírus e
bactérias que, se não tratadas, podem causar muitos problemas.
As doenças crônicas que se manifestam mais na vida adulta são fortes indicadores de que o individuo precisa se vacinar. "As pessoas que estão em grupos de risco, como as pessoas com mais de 60 anos ou aquelas que têm doenças crônicas, devem sempre estar informadas sobre a vacinação", diz o infectologista Paulo Olzon, da Unifesp.
Existem vacinas tanto
para bactérias como para vírus. "No primeiro caso, a vacinação é feita
para controlar surtos epidemiológicos e, para o caso dos vírus, a
imunização normalmente dura a vida toda, sendo necessárias apenas
algumas doses de reforço para garantir que a doença não vai mais
voltar", diz Paulo Olzon. Confira sete tipos que merecem estar na sua
carteira de vacinação.
Vacina dupla tipo adulto - para difteria e tétano
A difteria é causada por
uma bactéria, que é contraída pelo contato com secreções de pessoas
infectadas. Ela afeta o sistema respiratório, causa febres e dores de
cabeça, em casos graves, pode evoluir para uma inflamação no coração.
A toxina da bactéria
causadora do tétano compromete os músculos e leva a espasmos
involuntários. A musculatura respiratória é uma das mais comprometidas
pelo tétano. Se a doença não for tratada precocemente, pode haver uma
parada respiratória devido ao comprometimento do diafragma, músculo
responsável por boa parte da respiração, levando a morte. Ferir o pé com
prego enferrujado que está no chão é uma das formas mais conhecidas do
contágio do tétano.
A primeira parte da
vacinação contra difteria e tétano é feita em três doses, com intervalo
de dois meses. Geralmente, essas três doses são tomadas na infância.
Então confira a sua carteira de vacinação para certificar-se se a
vacinação está em ordem. Depois delas, o reforço deve ser feito a cada
dez anos para que a imunização continue eficaz. É nesse momento que os
adultos cometem um erro, deixando a vacina de lado.
Vacina Tríplice-viral - para sarampo, caxumba e rubéola
Causado por um vírus, o
sarampo é caracterizado por manchas vermelhas no corpo. A transmissão
ocorre por via respiratória. De acordo com dados do Ministério da Saúde,
a mortalidade entre crianças saudáveis é mínima, ficando abaixo de 0,2%
dos casos. Nos adultos, essa doença é pouco observada, mas como a forma
de contágio é simples, os adultos devem ser imunizados para proteger as
crianças com quem convivem.
Conhecida por deixar o
pescoço inchado, a caxumba também tem transmissão por via respiratória.
Mesmo que seja mais comum em crianças, a caxumba apresenta casos mais
graves em adultos, podendo causar meningite, encefalite, surdez,
inflamação nos testículos ou dos ovários, e mais raramente no pâncreas.
Já a rubéola é
caracterizada pelo aumento dos gânglios do pescoço e por manchas
avermelhadas na pele, é mais perigosa para gestantes. O vírus pode levar
à síndrome da rubéola congênita, que prejudica a formação do bebê nos
três primeiros meses de gravidez. A síndrome causa surdez, má-formação
cardíaca, catarata e atraso no desenvolvimento.
O adulto deve tomar a
tríplice-viral se ainda não tiver recebido as duas doses recomendadas
para a imunização completa quando era criança e se tiver nascido depois
de 1960. O Ministério da Saúde considera que as pessoas que nasceram
antes dessa data já tiveram essas doenças e estão imunizados, ou já
foram vacinados anteriormente.
Mesmo que todos com
essas características devam ser vacinados, as mulheres que pretendem ter
filhos, que não foram imunizadas ou nunca tiveram rubéola devem tomar a
vacina um mês antes de engravidar, já que a rubéola é bastante perigosa
quando acomete gestantes, podendo causar deformidade no feto.
Vacina contra a hepatite B
A Hepatite B é
transmitida pelo sangue, e em geral não apresenta sintomas. Alguns
pacientes se curam naturalmente sem mesmo perceber que tem a doença. Em
outros, a doença pode se tornar crônica, levando a lesões do fígado que
podem evoluir para a cirrose. "A imunização contra essa doença é
importante, pois ela pode causar problemas sérios, como câncer no
fígado", diz Paulo Olzon.
De acordo com o
especialista, há algumas décadas, o tipo B da hepatite era o mais
encontrado, já que ela pode ser transmitida através da relação sexual e
as pessoas não tomavam cuidado com a prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis. Depois de uma campanha de vacinação e imunização, e da
classificação da hepatite C pelos médicos, ela não pode ser vista como
epidemia, mas ainda é preciso tomar cuidado com essa doença.
Até os 24 anos, todas as
pessoas podem tomar a vacina contra hepatite B, gratuitamente, em
qualquer posto de saúde. A aplicação da vacina também continua de graça,
quando o adulto faz parte de um grupo de risco. "Pessoas que tenham
contato com sangue, como profissionais de saúde, podólogos, manicures,
tatuadores e bombeiros, ou que tenham relacionamentos íntimos com
portador da doença são as mais expostas a essa doença", diz o
especialista. Fora isso, qualquer adulto pode encontrar a vacina em
clínicas particulares.
Pneumo 23 - Pneumonia
O pneumococo, bactéria
que pode causar a pneumonia, entre outras doenças, pode atacar pessoas
de todas as idades, principalmente indivíduos com mais de 60 anos.
"Pessoas com essa idade não podem deixar de tomar a vacina pneumo 23",
diz Paulo Olzon.
A pneumonia é o nome
dado à inflamação nos pulmões causada por agentes infecciosos
(bactérias, vírus, fungos e reações alérgicas). Entre os principais
sintomas dessa inflamação dos pulmões, estão febre alta, suor intenso,
calafrios, falta de ar, dor no peito e tosse com catarro. Adultos com
doenças crônicas em órgãos como pulmão e coração, alvos mais fáceis para
o pneumococo, devem tomar essa vacina sempre que há uma campanha de
vacinação.
Mesmo que ela seja uma
das vacinas mais importantes para ser tomadas é a única vacina do
calendário que não é oferecida em postos de saúde. É preciso ir a um
Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais.
Vacina contra a febre amarela
A febre amarela é
transmitida pelo mesmo mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. A
doença tem como principais sintomas febre, dor de cabeça, calafrios,
náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (pele e olhos amarelados) e
hemorragias. "Se a febre amarela não for tratada, pode levar a morte",
explica o especialista.
Por ser uma doença
grave, e com alto índice de mortalidade, todas as pessoas que moram em
locais de risco devem tomar a vacina a cada dez anos, durante toda a
vida. Quem for para uma dessas regiões precisa ser vacinado pelo menos
dez dias antes da viagem. No Brasil, as áreas de risco são: zonas rurais
no Norte e no Centro-Oeste do país e alguns municípios dos Estados do
Maranhão, do Piauí, da Bahia, de Minas Gerais, de São Paulo, do Paraná,
de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Mesmo que os efeitos
colaterais mais sérios sejam muito raros, a vacina contra febre amarela
deve ficar restrita àqueles indivíduos que moram ou irão viajar para
algum lugar de risco. "Nesse sentido, a preocupação dos médicos está
relacionada ao risco de reação alérgica grave ou anafilática, que pode
levar a morte os pacientes propensos", explica o infectologista Paulo
Olzon.
Vacina contra a influenza (gripe)
A vacina contra gripe
deve estar na rotina de quem está com mais de 60 anos. "Muitas pessoas
deixam de tomá-la com medo da reação que ela pode causar, mas isso é um
mito, já que a suposta reação do corpo não tem nada a ver com a vacina, e
sim com a própria gripe", diz o especialista. "Isso porque o vírus da
gripe fica semanas em nosso corpo sem se manifestar e a proteção da
vacina não é imediata como as pessoas imaginam."
A gripe é transmitida
por via respiratória, leva a dores musculares e a febres altas. Seu
ciclo costuma ser de uma semana. Pessoas com mais de 60 anos podem tomar
a vacina nos postos de saúde, enquanto os mais jovens podem ser
vacinados em clínicas particulares. "Os idosos que não querem esperar
até a campanha anual de vacinação contra a gripe podem tomar a vacina em
clínicas particulares em todas as épocas do ano", diz Paulo Olzon.
HPV
A vacina existe tanto
para homens quanto para mulheres e previne os quatros principais tipos
do Papilomavírus Humano - o HPV. Segundo o Ministério da Saúde, 137 mil
novos casos de HPV são registrados por ano no Brasil. O vírus,
transmitido durante a relação sexual, é responsável por 90% dos casos de
câncer de colo do útero, além de provocar tumores de vulva, pênis,
boca, ânus e pele.
Apesar de existir a
vacina bivalente, que protege dos tipos 16 e 18 de HPV e só é aplicada
em mulheres, a quadrivalente é a mais indicada, pois protege desses dois
tipos citados mais os tipos 6 e 11 e também serve para os homens. "A
quadrivalente deve ser tomada em três doses, sendo a segunda dose após
30 dias da primeira e a terceira, seis meses depois da segunda", afirma o
ginecologista Amadeu Carvalho Júnior, da Amhpla Cooperativa de
Assistência Médica.
A Anvisa recomenda a
vacinação em pessoas dos nove aos 26 anos - em especial para aquelas que
ainda não iniciaram sua vida sexual, para garantir maior eficácia na
proteção. Vale lembrar, no entanto, que a vacina não dispensa o uso de
preservativos na relação. "O HPV possui mais de 100 tipos diferentes e a
vacina protege apenas de alguns deles", explica o ginecologista
Amadeu.
Vacina para Herpes Zóster
Herpes zoster é uma
infecção viral que provoca vesículas na pele e geralmente é acompanhada
de dor intensa. É causado pelo vírus varicela-zoster - o mesmo agente da
catapora - e acomete pessoas que tiveram catapora em algum momento da
vida e ficaram com vírus latente (adormecido) em gânglios do corpo. Anos
mais tarde, esse vírus pode reativar na forma de herpes zóster.
Embora não seja uma
condição de risco de vida, o herpes zóster pode ser muito doloroso. Um
estudo realizado no Brasil revelou que aproximadamente 95% dos adultos
já foram expostos ao vírus do herpes zóster. Como o vírus fica latente
durante muitos anos, a doença é mais comum em idosos e pessoas acima dos
50 anos.
A vacina é administrada
em esquema de dose única, via subcutânea, preferencialmente no braço. "A
vacina é indicada para pessoas a partir de 50 anos de idade na
prevenção não só da doença, mas também da neuralgia pós-herpética",
afirma Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações
(SBIm). A neuralgia pós-herpética se caracteriza por uma dor e queimação
no local em que o herpes zóster ocorreu, sendo a complicação mais comum
da doença. De acordo com Renato, a vacina também ajuda na redução da
dor aguda e crônica associada ao Zóster.
A vacina ainda não é
distribuída em postos de saúde. Se você tem mais de 50 anos e já foi
exposto ao vírus da varicela, converse com seu médico ou médica para
entender a necessidade de se vacinar para herpes zóster.