Publicado:sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Postado por paulostudio
Professora do Parfor é 1ª deficiente visual do PI com mestrado
Rogéria
Rodrigues é a primeira mulher com deficiência visual do Piauí a
concluir mestrado. Professora de ensino superior no estado, ela foi
homenageada pelos seus alunos do Plano Nacional de Professores da
Educação Básica (Parfor), da Universidade Estadual do Piauí (Uespi),
durante a solenidade de formatura da turma, que ocorreu no último dia
23.
Rogéria
acabou de concluir o mestrado em Pedagogia pela Universidade Federal do
Piauí (UFPI) e diz que se sente feliz com o sentimento do dever
cumprido. “Eu não posso dizer o que eles aprenderam comigo, mas posso
dizer o que tentei ensinar. Sempre busquei levar à sala de aula as
minhas angústias verdadeiras. Sei que a minha presença foi impactante,
eu sentia o silêncio quando entrava na sala de aula. Ao final do curso,
muitos alunos me procuraram para ajudar em seus projetos de conclusão,
em projetos sobre educação especial. Foi uma experiência incrível”,
relembra.
A
presença de Rogéria não apenas causou impacto, mas foi fundamental para
o desenvolvimento pleno da disciplina que lecionou: Educação Especial,
na qual são debatidas as dificuldades que podem ser encontradas pelos
professores quando forem para a sala de aula em que houver alunos com
deficiência.
Rogéria
diz que espera que outras pessoas se sintam motivadas com o seu
exemplo. “As dificuldades são muitas porque uma pessoa com deficiência
vive em uma sociedade que não foi feita pra ela. Mas não se pode
desistir, não vale a pena desistir. Se tivermos foco, como eu tive ao
decidir trabalhar com a educação inclusiva, fica mais fácil seguir
adiante”, aconselha a professora.
Ela
destaca ainda que, embora a sociedade, de uma forma geral, não esteja
preparada para receber adequadamente a todos, algumas propostas
iniciadas pela Uespi são de grande valor para os que precisam. Desde
2003, o Programa de Apoio Pedagógico oferece bolsas a alunos da própria
instituição para auxiliar colegas que possuam alguma deficiência. Além
disso, um grupo já avalia as melhorias que precisam ser feitas.
“No
Programa de Apoio Pedagógico, os colegas leem e gravam em áudio os
textos a serem estudados para os alunos cegos, por exemplo. Auxiliam de
diversas formas. É uma grande ajuda, mas hoje já há uma nova discussão
acontecendo na Uespi que merece nosso reconhecimento. Certamente
proporcionará um ambiente muito mais inclusivo e de maior independência
aos alunos com deficiência, em breve”, comenta, referindo-se à comissão
formada por coordenadores e professores da instituição.
A
assistente social da Universidade, Amélia de Sousa Leitão, comenta que a
própria formação do grupo já é um grande avanço. Uma reunião está
previsa para o início de novembro deste ano e o objetivo, no momento, é
identificar as principais demandas dos alunos com deficiência da
instituição.
“Nós
já nos reunimos com o reitor Nouga Cardoso e vamos avaliar exatamente o
que precisa ser feito para que possamos atender de forma satisfatória
aos alunos. Depois disso, vamos à parte prática da questão, executando
os projetos”, declarou Amélia.
fonte:govpi