Publicado:quarta-feira, 31 de julho de 2013
Postado por paulostudio
Hospitais de Teresina têm presença de várias bactérias super-resistentes
De acordo com o coordenador de controle de infecção do Hospital Getúlio Vargas, alguns tipos de bactérias super-resistentes foram encontrado.
O surgimento de bactérias resistentes a antibióticos em ambientes
hospitalares é uma realidade cada vez mais comum em hospitais de todo o
Brasil. Em Teresina isso não é diferente e preocupa quem atua nesses
locais.
O coordenador do controle de infecção do Hospital Getúlio Vargas,
Francisco Eugênio Deusdará, confirma que existem alguns tipos dessas
bactérias super-resistentes no HGV e em praticamente todos os hospitais
públicos e privados de Teresina.
A superbactéria KPC, uma das mais conhecidas e temidas nos
ambientes hospitalares, há alguns anos não é registrada no hospital,
segundo o coordenador, mas outros tipos, no entanto, são comuns no
local. Ele explica que essa alta incidência se deve, principalmente, ao
uso indiscriminado ou uso errado de antibióticos pelos pacientes.
“O aparecimento destas bactérias depende muito dos hospitais, do
porte deles e dos pacientes. Aqui no HGV, assim como em outros hospitais
da cidade, nós temos bactérias super-resistentes a antibióticos”,
garantiu.
Deusdará afirma que a coordenação de controle de infecção do HGV
está atenta a essas bactérias e já vem tomando as medidas necessárias
para diminuir o risco aos pacientes e a disseminação delas pelo
hospital.
Ele afirma que medidas simples como lavar mãos, usar Equipamentos
de Proteção Individual são necessárias para prevenir e também para
evitar que elas se espalhem pelo hospital.
Existem as bactérias de resistência adquirida e as de resistência
natural. “As de resistência natural são aquelas que já surgem
resistentes a alguns antibióticos. Já as outras vão adquirindo essa
resistência ao longo do tempo, com o uso indiscriminado de
antibióticos”, explicou.
Segundo o coordenador, 70% das bactérias que causam infecção
hospitalar já vêm com os pacientes e apenas 30% são do próprio hospital.
“O paciente tem uma bactéria na pele e ela não causa nenhum dano a ele,
mas se ela cair na corrente sanguínea, através de alguma ferida, por
exemplo, isso se torna um risco e ela pode causar danos à saúde dele”,
explicou.
Hospitais devem tomar cuidados com formigas
Um animal, aparentemente inofensivo, mas que leva grande perigo
aos hospitais são as formigas. Pesquisas mostram que as formigas podem
ser vetoras de microbactérias patogênicas dentro dos hospitais,
principalmente pelo fato de elas andarem até 200 metros a partir do seu
ninho em um único dia.
O diretor de uma empresa de dedetização e especialista em pragas,
Leonardo Araújo, explica que os hospitais precisam ficar mais atentos a
estes animais e buscar barrar a entrada e a movimentação deles dentro
desses ambientes.
"Por andarem muito, elas acumulam nas suas patas bactérias que
adquirem em todos os locais que passam. Elas podem sair desde o lixo do
corredor do hospital até os equipamentos de uma UTI, e tudo isso levando
bactérias", disse.
Para evitar que elas entrem nesses ambientes, a direção do
hospital e os profissionais precisam seguir algumas medidas, que vão
desde manter o hospital limpo até colocar telas de proteção para impedir
que os animais entrem no local.
"Nós falamos nos quatro As, acesso, abrigo, água e alimento. O
acesso dessas formigas deve ser barrado com ambientes limpos e
estruturas de proteção. Não deve oferecer abrigo a elas, não mantendo
espaços como em cerâmicas, por exemplo.
Quanto ao alimento, o hospital tem que tratar seu lixo de forma
adequada, mantendo sempre os sacos fechados e nunca em espaços abertos.
No que se refere à água, deve-se evitá-la, sobretudo aquela que fica
pingando nos ares-condicionados", encerrou.
Bactérias super-resistentes podem levar à morte
As bactérias super-resistentes podem levar o paciente à morte,
caso não seja controlada. A pós-doutora em microbiologia da Universidade
Estadual do Piauí, Francisca Lúcia de Lima, explica que esses
micro-organismos são muito perigosos e podem levar mais ou menos risco
de morte ao paciente de acordo com a saúde dele no momento do contato
com a bactéria.
Ela explica ainda que crianças, com a imunidade ainda em
formação, e idosos, que geralmente têm uma imunidade mais baixa, são os
alvos mais suscetíveis a complicações causadas por esses
micro-organismos. "Eles são os alvos mais fáceis, mas mesmo com uma
baixa imunidade, se eles tiverem com uma boa saúde, não serão tão
afetados", disse.
Outro fator que também influencia é o tempo de permanência desse
paciente nos hospitais, sem os cuidados necessários para evitar a
contaminação por esses micro-organismos. "Quanto mais tempo o paciente
ficar no hospital, mais probabilidade ele terá de pegar uma bactéria
desse tipo", pontuou.
fonte: com informações do meionorte