Publicado:sábado, 15 de junho de 2013
Postado por paulostudio
Justiça autoriza uso de FGTS para pagar financiamento imobiliário
Essa decisão pode servir de base para pedidos semelhantes de mutuários com débitos em todo o País.
Decisão inédita do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP),
proferida no mês de maio, permitiu que um cliente com 13 parcelas em
atraso no financiamento
imobiliário feito no banco HSBC utilizasse o dinheiro do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para saldar a dívida. Essa decisão
pode servir de base para pedidos semelhantes de mutuários com débitos em
todo o País.
Conforme o advogado Marcelo Tapai, especialista em direito
imobiliário e responsável pela ação, os bancos só permitem que o
mutuário utilize o fundo para pagar três parcelas em atraso nos
financiamentos. A Caixa confirmou essa informação ao Terra. O advogado
alegou então na Justiça que a norma fere princípios constitucionais,
pedindo que seu cliente pudesse usar o capital e manter seu imóvel.
"Se a função social é permitir que o trabalhador compre a casa
própria e ele tem dinheiro, parece ilógico restringir isso. A lei que
cuida do FGTS não fala sobre isso. O banco já tinha expropriado o
imóvel, estava com leilão marcado, mas conseguimos reverter a situação. A
decisão, que foi muito bem fundamentada e pode ser usada de parâmetro
para outros casos, fala da função social do fundo de garantia", diz o
advogado.
"Agiu a instituição financeira em total desrespeito ao mutuário,
aqui representado pelo autor que ao sonhar obter uma casa própria, com
recursos devidamente aprovados pelo banco, este ao constatar a
inadimplência, não hesitou em tomar as providências a fim de desalojar o
inadimplente e obter com a retomada do imóvel novos lucros", afirmou em
acórdão.
De acordo com o advogado, pessoas em situação semelhante devem
procurar a Justiça. "Com tanta gente perdendo imóvel por não conseguir
pagar, as pessoas têm que conhecer as regras do FGTS e utilizar esse
valor", comenta.
"A decisão foi boa para que outras pessoas na mesma situação não
percam seus imóveis. O fundo de garantia serve é para isso", afirma
Tavares.
Procurado, o HSBC afirmou que "este caso ainda está em trâmite
judicial e que, por esse motivo, prefere não se pronunciar a respeito."
fonte:
Terra